Sonetando II
Sonetando
II
Se eu soubesse rimar versos homéricos
Florbela para me ver renasceria
Capaz fosse eu d’escrever sonetos épicos
E Camões nova epopeia narraria
Viajasse eu ao interior de mim
Sem uma velhacaria encontrar
Liberto dos meus desabafos, enfim!
Junto a Pessoa podia descansar
Se os meus sentimentos fossem humanos
Tal giesta branca em manhã de natal
Ou manto a revestir os beirais profanos
Torga obraria poema imortal
Do breu onde eu só vejo vultos gelados
Candeias vãs em noite de temporal
Moisés Salgado