INTERVALOS

Crianças brincando com sonhos que se precipitam no abismo lunar

Apoteótica noite que calas com ferro quente o languido de bendizer a

[noite

Deita e rola sobre os dia palpáveis de sol na varanda de um passado

O binóculo reflete um horizonte turvo e praguejamos por esmolas.

Velcro que separa sombras adormecidas na sagaz terra dos pomares

Rios vindouros de ossos, fecundando a dor e a banalidade

Astros lunares de outros tempos e fora de outros espaços

Destinos atrozes que culminam com a sorte

Uma terrível fenda no brilho do nosso olhar,

Velando o principio que desbota o tempo,

mentira contada como doce

Humanos cultivando somente o que temos no seio e nas mãos do nosso [olhar

Deita com a intuição nula sobre o calor carnal

E careces do que te afague além dos sonhos.