Enluarada
 
 
 
 
Eu quero a noite para um amor
há tanto existindo e longe de mim;
quero desabrochada ao luar a flor
que se abrisse em vermelho carmim.
 
 
Pólens e ventanias a céu aberto, o frescor
espargindo perfumes de trigo e alecrim,
tudo quero: a relva casta deitada, por
leito esponsal posto em lençóis de cetim...
 
 
Eu quero estar sob o orvalho que vier,
excitar-me umedecido no meu fascínio
porque, numa noite ainda de luar branco,
 
 
quero sobre o peito da minha mulher
reencontrar a lassidão de gozar menino
na enluarada mulher que assim quero tanto.





Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 08/04/2012
Código do texto: T3601747
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.