A GARÇA

Bela ave, brancas plumas ante o lago,
Maravilho-me ao vê-la em minha frente,
Com seu olhar ligeiramente vago;
Dá-me a impressão de estar por ora ausente.

Eu, da sua elegância me embriago,
E espreito sua espreita, e de repente;
A mais bela escultura deste lago,
Golpeia na água a presa displicente,

Que em seu bico debate-se indefesa,
Num instante a ave engole-a, e então me deixa 
Boquiaberto com toda essa destreza.

Como que satisfeita alça-se em vôo,
No ar a migratória garça bate
As asas, como adeus, e eu não perdôo.
 
(Luiz Moraes)



Grato, belíssima interação:


A GARÇA


Passeia mansa e bela sobre o lago
Numa mistura de silêncio e graça
Com suas plumas brancas e olhar vago
Rufla suas asas lindamente a garça.

Eu, como que envolvido nesse afago
De lago, céu, ave que voa e passa
No idílio também voo pleno e largo
Na imagem dessa dessa ave que me enlaça.

Com outras garças de igual beleza
Migrando no horizonte, leve e pura
Brancura pintando o anil do céu

Em êxtase contemplo sua leveza
Na revoada, as alvas criaturas
Sonhando-me nesse pálio dossel.


(Nina Costa)

Kid verso
Enviado por Kid verso em 10/04/2012
Reeditado em 13/04/2012
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