Soneto do Anjo

Esta vida passa num ritmo de monnótono

Mas o tempo passa rápido, criança.

E daqui a pouco, a mão que balança o berço vai cessar,

E logo-logo, tu, criança, há de balançar um berço.

As coisas mudam devagar, rapaz.

E quando menos se espera, vem o desatino.

Os amigos passam, se acabam e tu ficas sozinho.

Um dia há de entender, e fltuando te vás.

É rápido o farfalhar do pano, senhor.

Quando menos se espera, ele já está a passar.

A Idade chega a galope, e nem mesmo permite teu último gole.

Vem com calma, ancião, traz teu copo na mão

Mais uma vez, o gosto púrpura há de provar,

e com a mesma leveza do destino, há de neste último suspiro, tua alma levar.

Bárbara Guerra
Enviado por Bárbara Guerra em 29/01/2007
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