Estou viva


Sinto, involuntária, aquela sensação
Que percorre meu corpo; entardece.
E o frio, em meu ouvido, agradece
Do apelo calado, a boa recepção.

Traz abrasadores e largos segredos
Que o fraco peito abafa, atravessa.
Quedo-me, como uma seca peça
Que despenca de um rochedo.

Sinto agora arrepios, muito medo.
O frio, à dor dá respaldo, se aquieta,
Agora soluço, queimo no frio lajedo.

Abro os olhos, a realidade encaro.
Ergo-me, na minha própria, predileta,
Sentinela astuta, e viva me declaro.