Senilitude

Herculano Alencar

Era uma vez um resto de saudade,

que habitava um velho coração!

Sobrevivia junto à solidão

que, de tão velha, já não tinha idade!

Vivia, como vive uma saudade,

a lamentar o pranto que caiu

e a ruminar no peito, já senil,

o merecido ônus da idade.

Era uma vez um resto de saudade,

que navegou na lágrima vertida

e naufragou na dor da longa vida,

deixando o coração pela metade.

Partiu já na primeira tempestade

e até hoje vive de partida.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/04/2012
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