VIVAS AO FALSO

Imagens tantas nascem do discurso

Criados fatos nas palavras brotam

Por escassas virtudes, mero, obtuso

As inverdades na leniência exaltam

O homenageado antes um decrépito

De qualidades raras o seu currículo

Jactava-se, todavia, em falso mérito

Malsã modéstia em arroubos, chulo

Um brinde antes à falácia

De escusos atos, a contumácia

Partilham a corja, em festim ridículo

À sorrelfa a malta clama

Benesses na ambição reclama

Do falecido as sobras rente ao túmulo.

* Poema selecionado para figurar na 90° Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, editora Câmara Brasileira de Jovens Escritores, CBJE, Rio de Janeiro/RJ, abril de 2012