QUAL CIGARRO
Fluindo como fluem as fumaças
Vão os meus sonhos soltos pelos ares
Dissipam-se perdendo toda graça
Enquanto que os meus olhos viram mares.
Ardendo qual cigarro em chão de praça
Eu ardo solitário em meus penares
Saudade é uma inimiga que me abraça
Tento esquecê-la sempre em meus altares.
Hão de passar os dias sem cessar
Essa malvada dor que me consome
Mas que me dá prazer só de lembrar
Que é esse amor fujão que me carcome
Que me deixou assim por tanto amar
E que choro chamando por seu nome.
* Interação ao belo poema NA MADRUGADA da poetisa Vera Feliz *