“Revivo…”
Revivo, debruçada na janela da lembrança
Nos rascunhos do passado caço teus abraços
Quando teu olhar emanava casta esperança
E fito a imensidão onde vejo nítidos, teus traços
Atrelados, portanto em minha suave quimera
Buscam o langor que traz no silencio certeza
A saudade com gosto e cheiro de primavera
Nossos segredos tecidos na volição desta espera
Cortesã dum tempo, já sufocado pela razão
No crepúsculo plácido que traz nossos odores
Cenas dos nossos momentos cheios de emoção
Oscilo entre os fatos e o alento dos amores
Porque a despeito da realidade, latente e crua
A lembrança pungente agasalha a alma nua
Glória Salles
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A.