BRUMAS DA NOITE

 
 
Perambulando em sítio cimério
no rosto, o vento sopra e me castiga.
Intrínseco pesar que me fustiga
um misto de tristeza e despautério!
 
O velho sentimento que litiga,
arrastando o desgosto deletério.
Atira ao vento o som do impropério
porquanto este pesar me desabriga.
 
E no açoite da velha chibata
que chicoteia, flagela e mata,
posso, enfim sentir tua presença.
 
Nas brumas dessa noite eu me perco,
buscando fugir deste brusco cerco,
que se formou diante da descrença.
 
 

 
 
Para o magistral soneto
LABIRINTO
Do poeta e amigo Deley

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