Amor perdido
Eu sei que residira em mim outrora
E o músculo incansável habitara,
Mas desde que em setembro foste embora
Perdeu-se-me o sentido, e a palavra
Amor, ó elusiva ave em vôo!, pára,
Pousa, aproxima-se, mas não incorpora
A mim em seu vão ninho! Onde está agora?
Quiçá no ódio, sua acepção mais rara...
Ah, mulher! Oxalá estejas amando,
Senão ame pelo amor que está por vir,
Porque eu não poderei, até não sei quando...
Cega, essa agulha no palheiro,
Receio voltará só quando ouvir
Teu nome em meu suspiro derradeiro.