A RESPOSTA DOS VERMES


O homem é o labirinto que o mistério
Penetrou e resolveu edificar guarida;
O brando som de ástreo e bom saltério,
Vindo de uma região por nós sempre fugida.

Em olhar para si nota um quê funéreo;
Sua própria pessoa lhe é desconhecida:
“- Serei o cigarro para um cemitério,
Ou - quem sabe! - o marasmo de uma outra vida?!”

Esquiva de si mesma, “- o que eu sou?!”
Brada a sua alma em dor, apavorada...
E qual rosa que o próprio vento derrubou

A alguns palmos de areia vê-se jogada...
Só trevas! Apagaram-se as luzes, soou
A resposta dos germes na fria terra: “- És nada!”
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 01/02/2007
Reeditado em 02/02/2007
Código do texto: T366579