SONETO DA MALDIÇÃO


Eu estava calmo no meu canto
De sempre, quando vós de repente
Vos pusestes ali toda rente
Ao pé de mim, e com tal encanto

Me fitastes, e muito contente
Me sorristes, e eterno amor tanto
Me jurastes, que de tão demente
Me deixei levar; e hoje, em pranto,

Triste da vida, eu vos encerro
A sentença que meu peito dita:
Maldita sede vós! Sim, maldita,

Porque me induzistes ao erro
De buscar em vós este desterro,
E, ainda, porque sois bonita!

Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 01/02/2007
Reeditado em 08/02/2007
Código do texto: T366650