saudade II

Quando ultrapassei a última porteira,

Para o desterro donde ora me encontro,

Iniciou-se em meu peito um confronto,

Que me sufocará a vida inteira.

Já não posso voltar, desta maneira

Retenho o pranto, solto o canto e tonto

Com tantas relembranças,desaponto

A própria inspiração aventureira.

Não há como esquecer o velho sino,*

Batendo meio-dia e o sol a pino,

Banhos no Parnaíba ao sol poente...

Quantas e quantas vezes eu outrora,

Desejava crescer para ir embora:

Agora de saudade estou doente.

* sino da Matriz de São Benedito

Laranjeiras-SE., 22/01/2007

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 14/05/2012
Reeditado em 30/07/2015
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