Amigo EU

Diga-me quem você é: ouvirei tudo,

Mesmo que diga fútil inverdade.

Ouvirei sua inútil probidade,

E calarei a calúnia, sempre mudo.

Saberei muito, só terei, contudo

Escassa opinião, banalidade,

Alguns traços de séria ambiguidade,

Pois o elogio, não é muito sisudo.

Caro amigo, decrépto Narciso,

O olhar que foi o último reflexo,

Reverbera também iniquidade.

Esse sou eu, refém do vil sorriso,

Mais faces mil, além desse amplexo

que nos afoga em águas de vaidade.

Dianaluz
Enviado por Dianaluz em 03/02/2007
Código do texto: T367762
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