SANGUE QUENTE

O tempo não tomou conhecimento.
Mostrou-me meu espelho o que eu não via;
Cabelos em pleno embranquecimento,
Uns vincos se formando à revelia.

O cansaço aparente marca tento,
Bate uma sensação que me agonia,
Não fosse um grande amor trazendo alento
Nem o brilho dos olhos existia.

Por não olhar pra trás não vi o tanto
Andado no caminho sem retorno,
Ora se arrepender não paga o pranto.

Sorte que o coração não é adorno
E continua amando por enquanto,
E o sangue está mais quente do que morno.
 (Luiz Moraes)




Grato, belíssima interação:


 REVISÃO

Volto atrás como fosse uma película,
Vejo cenas vividas duma festa,
E descubro apenas a partícula,
Ao prever quanto tempo ainda resta.

Tento ver em que parte me perdi,
Do passado que parece tão curto,
Sendo leviano aqui ou ali,
Uma verdade da qual eu me furto.

Mas essa fita também elucida
O que em memória é como cicatriz;
Momentos idos de vida feliz.

Do que ainda está por vir nesta vida,
Nada quero do futuro ou da sorte,
A não ser o amor de minha consorte.

(Walter Peixoto)




Kid verso
Enviado por Kid verso em 21/05/2012
Reeditado em 22/05/2012
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