FEBRE TERÇÃ

FEBRE TERÇÃ

(Lena Ferreira)

Procuro um verso não dito

no canto da alma rasgada

riscando linhas desmaiadas

tateio um deserto maldito

Procuro um verso descrito

por becos, pelas madrugadas

- estrelas que vão apagadas

procuram seu brilho infinito -

Procuro e na procura vã

deliro em febre terçã

- suores secam à contragosto -

Insisto e na busca pagã

luares queimando o meu rosto

abatem-me em grande desgosto