Fé e Ceticismo

Ante o silêncio das formas luminosas,

Vestem-se tensas horas hialinas,

Pois querem Deus nas vestes pequeninas,

Qual tratado de fórmulas ditosas.

Respondem normas, mágicas vacinas:

“Fé é fruto de mentes preguiçosas,

Ou é tormento d’alma, que vê rosas

Ao desfrute das ávidas rapinas...”

“A experiência é o funil da realidade,

Nada medido é filho da inverdade,

Só na matéria estamos na ciência.”

Mas quando o elétron, na incerteza, diz:

“– Não pode nunca me saber ao giz,

Como negar a própria consciência?”