ESTUPOR

Já não há para mim qualquer poesia;

não sei, nem mesmo, se ainda existe prosa

ou se a mente findou tola e vazia,

sem mais lembrar que fora habilidosa.

Não há palavra que me valha um dia,

nem há rimar, nem rima milagrosa,

que vá curar a dor mais arredia,

esta tristeza que ora me desposa.

Que vida é essa? Vida que afeiçoa

a imensa força sobre todos nós,

mas não nos diz o que fazer, após

ter sucumbido aos seus ardis e loas...

– Por que me prende a este mundo lasso

e assim me faz saber do meu fracasso?

nilzaazzi.blogspot.com.br