EXTREMOS

EXTREMOS

A passos comedidos, a morte,

Num casulo oco, o corpo,

Onde outrora vaidosa, a vida, no topo,

Agora lançado à própria sorte.

Cavalga o fardo frio. Despojos.

Do que se achou eterno. Morto.

Do que se achou senhor. Roto.

Do que só olhou ereto. Estorvo.

E como sempre foi, que ironia,

Na morte ignorava quem o seguia

Na altivez do corpo enrijecido.

Desceu ao fundo e, sob a terra,

Sem nunca se despir de sua quimera

Jaz como qualquer desconhecido.

TiaoNascimento
Enviado por TiaoNascimento em 09/02/2007
Código do texto: T375250