VATE 



Inebriante luz que emana dos teus olhos
Oh, fascinante tez que rasga o véu da noite
Ofusca-me a visão, penetra-me os refolhos
Vergastando meu corpo em tão cruel açoite

Mas nem teu nome eu sei, oh Vate dos meus sonhos
Não sei de onde és, nem porque hás de vir
Nunca vistes a cor dos meus olhos tristonhos
Oh, digas de onde vens, aonde queres ir

Mas reinas soberano, dono de minh’alma
Indiferente e frio, me tiraste a calma
Seguro da paixão que ora em mim desperta

Por Deus, fala comigo, tira essa mortalha
Nem que seja por fim, a última migalha
Ofertada a quem quer e espera a morte certa...


Eliana Calixto