INFERNO

Esse inferno, lugar de solidão,

é por vezes o céu em que eu habito,

onde as luzes eternas brilharão,

só quando for calado o último grito.

E a solidão, procura do infinito,

a forma mais real deste meu chão,

faz flutuar, alheio e esquisito,

o anseio que as manhãs jamais verão.

E o parco dos recursos, que aqui tenho,

aguento, sem franzir sequer o cenho:

– As brasas, sempre vivas, encobertas,

que queimam, descartadas as ofertas,

de todas e quaisquer outras saídas,

sem céu e sem razões desentendidas...

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