Silêncio... silêncio...

Em oração minha alma fala o que vai no peito,

grita o que corre dos olhos molhando o leito,

pede que um dia a tempestade cesse, acabe,

e que o sol brade seu grito de calor e alento.

De um lado ao outro se embala meu ser,

como num berço de acalentar despedidas,

abraça-se em si, toca o céu da dor,

e soluça o espírito em manso torpor.

Sem entender, nem compreender, o todo,

as tantas palavras, promessas de futuro, sem as ver,

relembra todas com o peito a arder, é muito sofrer.

E agora o silêncio que prende a voz, o canto,

ecoa já em mim e faz forte meu pranto,

retumba em ti, no vento, é eco do teu, - ah! como lamento.

Maria
Enviado por Maria em 11/02/2007
Código do texto: T377335