FRÁGIL COMO ESCUMA

Ó momento de angústia! Ó dor sincera!

Que a morte redima meu cansaço...

Que vacile meu ego tropo e lasso

nessa vasca de dor que o peito impera!

Luz de amor que infrene se exaspera

num sombroso ciúme, cujo laço

alucina em tortura e no espaço

que errante vagueia e não se altera!

Meu amor feito em puro diamante

na coluna de entrega dominante

em carícia de sonho a ti perfuma!

Se tua alma não fosse azeda e fria

a ventura que ora tão tardia

não seria mais frágil que escuma!