CIÚME OU SAUDADE?

Tua amizade, me perdoe, é quase ofensa

a tanto amor que te devoto em grau supremo!

E dela , em troca, eu tenho toda a indiferença,

que deste amor vai de um extremo a outro extremo!

Que desproposito ! Ao ver teu corpo eu tremo!

E se em tu!alma uma amizade se condensa,

ela em minh!alma se desmancha e eu choro e gemo

ao perceber, em nós, tão grande diferença...

Não! eu não quero este teu céu de noite escura!

Antes a dor de uma verdade nua e pura

do que este fogo enganador de negro lume!

Não! Jamais de ti vou querer esta amizade!

Antes condenado a viver de uma saudade,

a suportar o inferno abrasador de um ciúme!

09.12.1996

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 12/02/2007
Reeditado em 09/08/2019
Código do texto: T379024
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