Soneto (Título? Dê o seu)

A vida canta sempre, sempre, ainda

que a máquina atrapalhe o recital.

Toda a vida é um potente sarau

na varanda de uma nuvem infinda.

A arte vai além do vendaval

e dos destroços, a luz é bem-vinda.

Até a pedra do mundo, ancestral,

dilui-se na poeticidade linda

que sereniza os ângulos mais graves,

as ermas formas duras deste mundo,

tornando-as mais brandas, mais suaves,

e a carne, esse anjo podre, vagabundo,

transcende além o tempo e, entre as aves,

atinge a poesia em seu mais fundo...

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 26/07/2012
Código do texto: T3798362
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