Soneto do Sonhador

A tristeza que eu sinto em meu peito

É profunda e não sangra por fora.

Quem me vê sorridente de dia

Nunca viu o meu pranto de agora.

Ela ataca de modo perfeito,

Que o ranger dos meus dentes vigora

No silêncio de pura agonia,

Que a minh' alma pungente mui chora.

E eu me lembro que fui felicíssimo

Com o riso dos risos, lindíssimo

Mesmo estando em meu mundo, sem prosa.

Pranteando aos soluços sozinho

Eu me empenho ao sonhar que este espinho

Se transforme num vaso de rosa.

18/07/2012 2h06

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 27/07/2012
Reeditado em 25/09/2012
Código do texto: T3800083
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