PÉGASO

Ouve o céu o tropel dos meus cavalos

Daqui ainda distante várias léguas

Patas duras rasgando os campos ralos

Batel no rio que rema sem dar tréguas.

Pelo céu vêm os ventos, meus vassalos,

Por retas mal traçadas sem ter réguas

No vento sem estrondos, vêm estalos,

Galope pra falar do cio das éguas.

Nos campos, da manhã, antiga argenta,

O acalanto de um vento me assobia

-A corda em meu pescoço se arrebenta.

O cio é o rio que faz nascer poesia

Que em hipocrene a musa dessedenta

- Meu cavalo alado voa um dia.