NADA
Quando penso em devolver-te a alegria,
transmutando tua dor em esperança,
sinto em mim uma grande nostalgia,
percebendo que meu pranto só avança.
Meu tudo é nada e sempre asfixia
meu cantar, meu momento de bonança,
calando em mim aquela melodia,
que por ser nada, nada, ela descansa.
Como posso eu devolver-te um tudo,
se nada tenho mais para ofertar?
Minha tristeza serve como escudo,
para estancar as lágrimas e abafar
todas as ilusões que eu desiludo
e as penas que carrego por te amar.