Entre o Trágico e o Belo

Venho de uma terra peculiar, promotora de um dínamo chamado alegria

De sol a sol, os sorrisos se alargam, muitos podres; traduzindo a pobreza

Os alpendres, são falsos abrigos as intempéries. A maior delas, a visão fria

Ó sofrida Salvador, dualidade do trágico e do belo, pocilga de suja nobreza

O sal do seu mar, batiza o descaso. Náufragio em tropical tempestade

Suas magias e encantos, refletem um povo cordial, fadigado no sofrimento

Arquétipos, criogenizam as melhorias , punindo os filhos dessa cidade

As lágrimas do pierrot, simbolizam a estática da felicidade e do lamento

A momesca folia, torpor do esquecimento, nos prepara para mais um ano

Meses de miséria, se não és do camarote, com certeza levará cano

Povo da minha urbe, tão maldosamente; estereotipado como preguiçoso

Constroem a sua saga, pautado no esforço e na força do seu trabalho

Mesmo na adversidade, mesmo jogando com incompleto baralho

Acredito na força que muda, viraremos a mesa sem querer ser presunçoso

Leonardo Borges
Enviado por Leonardo Borges em 30/07/2012
Reeditado em 30/07/2012
Código do texto: T3804311
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