AMANTE ETÉRIA

Não! Jamais me digas que fujo deste amor,

pois que este imenso e majestoso sentimento,

é furacão que tudo arrasta num momento

e depois é brisa que inspira o trovador!

Não! Não me fales de tristezas e de dor,

pois a alegria é facho de luz, sagrado lume,

que se abre em claridade e espalha seu perfume,

qual primavera num jardim de resplendor!

Não! Não me digas que são tristes os meus versos,

pois que de amor é que eles são, mesmo dispersos;

doces saudades que eu nem eu sei de onde elas vêm!

De ti, talvez, ó Musa etérea, amada amante,

alma fagueira, inconsistente, eterna errante,

doirado sonho que da vida vai além!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 14/02/2007
Reeditado em 09/08/2019
Código do texto: T380482
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