UMA TROVA PERDIDA

Na calada da noite um verso eu fiz,

Tal se de quatro cordas fosse a prima,

Não me importava o tema, apenas quis

Mostrar à noite escura a grande estima

Que nutre pela trova este aprendiz.

Travou-se no momento certo clima,

Ficaram tête-à-tête, vis-à-vis,

Da noite – a escuridão, do verso – a rima.

No vértice da terra o sol nasceu,

E a trova ficou pronta, ficou linda,

Do pouco que me lembro dela ainda,

Pois arribou tão logo amanheceu.

Se uma andorinha boa a achar, prometo,

Dar-lhe, por gratidão, este soneto.

Porteira Verde, 29/07/2012

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 31/07/2012
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