Foi-se
Na noite fria, em cima de mi’a cama,
Meditava no transitório fato,
A vida, em si: do bruto, do cordato,
Do amigo, do inimigo, de quem ama...
Lembrei-me da moça que virou lama,
Da qual Lima Barreto viu o retrato.
Pra ti, que eu verso, estróina, caricato,
A prodigalidade dessa fama!
Daí que vi, sobre o peito ofegante,
O grão-marfim, que, ontem, era elefante,
E as bolsas, que já foram jacaré!
Febril, deitei-me, obstúpido, parado,
Ouvindo a voz do músico finado.
Pensando no futuro que não é!