AMOR TALHADO

Junto ao sonho do mar, vento maldito,

veste à sombra, voz rouca em fala vã

como voo de tristeza é a louçã

do fragor da aurora e o infinito?

Junto ao tempo desperto... Estou contrito

no silêncio dos ventos da manhã...

Minha dor do lamento é a irmã

e os acenos da morte eu não evito!

Já em raios de trevas me oculto...

Minha mágoa rebate meu no tumulto,

no pesar e na vida que encerrei!

Baixo os olhos do tédio na tortura...

Amortalho-me à luz mais obscura...

Com coroa desisto de ser rei!