ANCORADOURO

Sobrenado à morte em densa bruma,

vejo um porto sereno que me ampara!

No imenso de treva, uma voz clara

é teu rosto que ao cais de paz me ruma...

Uma estrela vestida em flor de pluma,

um desejo etéreo és, rosa rara...

Branda lua que eu galgo na seara,

mar infindo da alma que se esfuma!

Nas estranhas dormências que gravito,

no incenso aéreo do infinito,

no cansaço das ânsias me desdouro...

Do eterno sofrer sinto o escolto...

De sal, água, de sol, de morte envolto...

Me revivo em teu peito - Ancoradouro!