VENERAÇÃO

Teus contornos gentis, das quimeras senhores
Embebedam de ardor o meu sôfrego peito
Deslumbrado, decanto o desenho perfeito
Donde vertem, querida, aprazíveis olores

Dominou-me a paixão... Ah, confesso que quero
Desse aroma provar saborosos açoites
Te entregar minhas mãos em miríficas noites
Tua pele sentir... O teu corpo venero!

Desde que tu deixaste essa marca escarlate
Impregnaste dulçor nos meus lábios felizes
Transformando em refém da loucura este vate

Com teu vívido olhar maravilhas me dizes
D'alegria fizeste o mais pleno resgate
Não sem causa do amor me deitaste raízes



Interação enviada por Mariamar. Muito obrigado, poetisa!


XEQUE-MATE

Nessas perdas pelos meus contornos
Alivia intensamente o teu sofrego peito
Deslumbrada estou com teus adornos
 
Cada açoite não é mais que um pingo de mel
Aromatizado de rosmaninho e vermelhas camélias
Que domestica delicadamente o meu corcel
 
O nosso campo é hoje de tons escarlate
Em Rei e Dama contra Rei,dá-se o Xeque-Mate