Cabeça do mundo

( meu próprio soneto que mais gosto. )

A pútrida face se aproximava

vestígios de uma carne que existiu

Vermes percorriam e corroíam a cara

corpo que um dia me consumiu

Um canário que uma vez cantou

eram fétidos e degenerados ossos

E um rosto era só morte e horror

que expressava a luxúria do ócio

Esse carniçal que já foi humano

aos poucos ia me cingindo

e levando-me ao estranho

Dilacere meu coração inteiro

e nunca mais venha me tentar

seu imundo e seboso espelho.