INDIFERENÇA

É silêncio pra ti tudo que eu sou:

uma ave sem bico e desasada...

Em meu rosto há tristeza macerada,

uma mágoa que o lírio desenhou!

Sem enfeite, sou flor que já murchou,

ressecou-se lilás na alvorada...

A saudade sou eu, atordoada,

nas angústias do rastro de ficou!

Tão pequeno no estrado dos teus pés,

na tortura do ego em teu revés,

no desdém que sepulta-me à tardinha!

Sou teimoso sonhando com teus braços

suplicando com rogos teus abraços...

Já namora tua morte com a minha!