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MÁ SORTE
Odir Milanez
 


 
A sorte não me surte os seus efeitos.
Em vão, espero vê-la à minha porta.
Ela, porém, pesando os meus defeitos,
em nada me contempla ou me conforta.
 

Alijado da lista dos eleitos,
 de todas as dações ela me corta.
Em preces, presto à sorte os meus respeitos,
mas o que peço em preces não lhe importa!
 

Como se fossem vagos voos d’ave,
vão-lhes pedidos meus. Ela os relega,
desde os desesperados aos suaves.
 

Para mim, ela é surda, muda e cega.
Quando de um coração lhe peço a chave,
a chave que o amor sempre me nega,
ela também me nega. Quanto entrave!
 


 
JPessoa/PB
26.08.2012
oklima

Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor....

 
oklima
Enviado por oklima em 26/08/2012
Reeditado em 08/04/2015
Código do texto: T3850733
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