Desvario
 
É bastante pesado o fardo de um poeta,
e nem sempre de bom grado ele o aceita,
porém se lhe vem o verso e não o deleita,
não se dá por satisfeita su’alma inquieta.
 
O poeta é desta sorte, como um asceta,
que deixa o mundo e mergulha na poesia,
pois não lhe agrada acalentar alma vazia,
nem lhe é possível manter tal ânsia quieta.
 
E é nesse instante que a loucura principia,
uma insanidade tão sana quão insuspeita,
um desatino de fidelíssima faceta.
 
Doce demência é conceber poesia!...
...e ansiá-la bela e pronta, e perfeita!
A despeito do escoar d’areia n’ampulheta...
 
Aleki Zalex
Ago2012.
Imagem: Google
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 09/09/2012
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