Saudade

Saudade, um fim de tarde anoitecido
e o sol deitando os raios no poente.
Saudade, dor distante e indulgente,
que dói só por forjar algum gemido.

Saudade, o olhar da minha gente
perdido sabe lá, meu Deus, por onde.
Saudade, uma lembrança que se esconde,
em vão, nalguma sombra do presente.

Saudade, um fim de noite amanhecido
e o sol queimando os cílios da manhã.
Saudade, um revoar de jaçanãs,
que ainda faz barulho em meu ouvido,

qual turba de criança (em alarido)
atrás de um singelo rolimã.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/09/2012
Reeditado em 20/11/2020
Código do texto: T3874965
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