Cego Amor

Ora, ela reclama, da bela flor que era,

Porque seus frutos maduros anunciam,

Como suas rugas que a denunciam,

Que já foi longe a sua primavera.

Ainda que, da idade, se espera

Que de alguns desejos que sentiam,

Aqueles que envelhecem renunciam,

Minha mesma energia lhe venera.

Não sei se é por lhe ver no dia-a-dia,

Que hoje lhe vejo como ainda via,

Tão igualzinha quando a conheci.

Ou, enlevado de amor, peguei no sono,

Que nem notei chegar o seu outono...

Se é que chegou... Será? Não sei! Não vi!

Roberto Barros
Enviado por Roberto Barros em 22/02/2007
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