Soneto do Amor Tardio

Quanto tempo, querida! Quantos dias

E meses e anos faz em que me ausento,

Que até das flores o perfume ao vento

Se foi, deixando as pétalas vazias!

Saber que o que senti também sentias

É que me trouxe à vida algum alento.

Ao rever-te, porém, quanto tormento...

Foi-me a paixão desfeita em utopias.

Como rosa infinita e sem abrolho,

Pensava fosse o amor quando encontrado,

Pensava mesmo, ao te deixar atrás,

Que a tudo o amor resiste. Agora, colho

Na mão a rosa que se tem murchado,

No tempo, os dias que não voltam mais.

Kissyan Castro
Enviado por Kissyan Castro em 22/09/2012
Código do texto: T3895305
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