Juízo final
Eliane Triska
Tivesse em minhas mãos a grande ogiva,
Eliane Triska
Tivesse em minhas mãos a grande ogiva,
- Como é a alma e o corpo de um gigante?
Mais seriam as águas explosivas,
Gota a gota, às soleiras do horizonte!
A seiva do Universo imaginário,
Coberta a terra por furor das vagas,
Nas letras, só o poeta que, operário,
Dirá o que é o amor vestindo as águas.
O inferno aberto pelas mãos de Dante
Trará nas suas vozes o que sabe:
O mundo não será mais como antes...
Um homem nu virá, livre da canga,
E um verso a lhe saudar: Ó ave! Ó Ave!
Pelas mãos do poeta: Sangra! Sangra!
Canoas, outubro de 2012