NA ESTRADA DE DAMASCO * Para além do Tempo

No princípio era o verbo... e Deus estava só!

Na graça da nudez, a terra seca, em pó...

Da fonte que mitiga a sede do infinito,

tirou um pouco de água e o pó dessedentou...

Da lama resultou o barro... e levedou!

Depois, foi só criar. Assim nasceu o mito.

Deste mistério santo, a carne é Deus e barro!

E o barro, que é de Deus, recusa os adjectivos.

É barro e nada mais. A graça que há num jarro

também lhe vem de Deus. Sem outros aditivos.

A débil mente humana é que perversa impõe

insólitas noções e o santo barro inquina...

Mas, ai, se a gente (im)põe, só Deus é que dispõe...

e uma graça de Deus só pode ser divina!

José-Augusto de Carvalho

16 de Março de 2002

Viana * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 10/10/2012
Reeditado em 28/12/2018
Código do texto: T3926021
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