Devo dizer-te

Devo dizer-te: não me convence, Nada,

absolutamente nada, este olhar de quem

esconde de si mesma o que vê, perplexa,

como quando alguém pensa e lembra e esquece.

Este medir as palavras infinitas,

este medo de atirar-se ao paraíso

por receio, sincero, de quem já caiu

no abismo sem fim de uma verdade infeliz.

Não me espanta, nada, escute bem, Nada,

este olhar de quem ama, sem querer amar,

este olhar de quem grita, sem querer gritar,

Este medir as medidas infinitas

do amor, de amar, de falsear o paraíso,

de mergulhar no abismo de uma ilusão.

Adriano Dal Molin
Enviado por Adriano Dal Molin em 25/02/2007
Código do texto: T392934
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