Nau À Deriva

Noites em claro perseguem meus dias escuros,

os olhos vermelhos revelando saudades latentes,

atitudes desconexas, gestos por demais imaturos,

a insatisfação dominando minhas horas descontentes.

Essa vontade de ancorar o velho barco à deriva,

o cansaço deturpando as ideias, turvando devaneios,

minha paciência dosada numa distância se esquiva

depois dessa louca tempestade, superei meus anseios.

Tantas lágrimas, acusações, ofensas e confusões,

tantos desvios da rota, avarias, traições...

porque cada plano abandonado foi trair esse amor.

E agora, que tantas descobertas não levaram a nada,

invado outra noite, mantendo os desvelos da empreitada,

amargando os reveses que me afundaram em total dissabor...

ENIGMA
Enviado por ENIGMA em 26/02/2007
Reeditado em 13/07/2013
Código do texto: T394276
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