Memórias Póstumas

à Arthur Rimbaud

Quando ouvires a inspiração tortuosa.

Vinda da cripta admirável do sonho

Quando na alcova seva aquele bisonho

Poeta versar a ária póstuma tenebrosa.

Na pedra fria a tirania triste e fogosa

Reunião na mão atada do ser tristonho

No coração a furna vazia do medonho

Amarrado aos pés da ninfa poderosa.

Na catacumba o confidente maldito

Espera o poeta artífice do maligno

No ocaso imortal do sono proscrito.

O Anjo Negro rirá do teu verso digno

Aos mortos o inferno do eterno retorno

Nos vermes que roerão o corpo e entorno.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 22/10/2012
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