( Imagem do  meu velho Rio Paranaíba na Fazenda de meu pai- foto tirada a tarde, dai a imagem meio ofuscada)


O som do rio

 
 
O som do velho rio é casual;
Ele sabe que sempre estou bem aqui
A olhar saudosa o leito colossal,
A distância não pude resistir...
 
Ele fala de sua andança linear,
Eu falo de meu tempo aleatório;
Ele jamais quis seu curso parar,
Eu quis fazer dele meu oratório.
 
Em suas águas joguei meus lamentos,
O pranto sentido que derramei,
Mágoas veladas, vagos intentos...
 
Hoje me calo para as águas ouvir;
O som do rio me fala dos medos,
De um futuro incerto que está a fulgir.